Mathias Alessanco escolhe a Overtime Elite!
- Arthur Salazar
- 15 de jul.
- 5 min de leitura
Mathias Alessanco, de 2.06m de altura e 2.21m de envergadura, deixa o Real Bétis da Espanha e escolhe a RWE da Overtime Elite como seu próximo passo. O unicórnio brasileiro recebeu ofertas de Prolific Prep e Spire Academy nos EUA, mas optou pela OTE como caminho mais sinérgico na busca por mais holofotes no processo de recrutamento para o basquete universitário. A Overtime Elite é o mesmo projeto que encaminhou Amen Thompson e Ausar Thompson pra NBA, além de Samis Calderon para Kansas.
Mathias já visitou Texas e Michigan, e em busca de mais tração entre os principais projetos da NCAA, o brasileiro cumpriu uma agenda de participações em importantes eventos de exposição de novas promessas. Em um primeiro momento, Mathias esteve no Adidas Eurocamp na Itália. Ainda com tal meta, fez parte do NBAPA Top 100, camp anual para os cem melhores atletas de idade de colegial.
O jovem estreou no ano passado pela Seleção Brasileira adulta como o mais novo em décadas, e o primeiro registrado a pontuar antes dos dezessete anos completos. A expectativa é que Mathias esteja nos treinos da amarelinha que disputará a AmeriCup na Nicarágua em agosto, com chance de se firmar entre Yago Mateus; Bruno Caboclo; Gui Santos e outras estrelas da Seleção.
Vale lembrar que Mathias só poderia estrear no College na temporada 2026–27, quando finaliza os processos acadêmicos e burocráticos para ingressar em uma universidade.
Mathias vem de duas temporadas destacadas pelo Real Bétis da Espanha, e participação pontual no Adidas Next Generation Tournament.
Abaixo, os números do brasileiros nas competições de 2024–25:
Copa España U17: 16.5 PtsPJ | 5.8 RebPJ | 3.5 AstPJ | 1.3 StocksPJ | 37.3% AQ | 17.9% 3PT | 68.8% LL
Tercera FEB (quarta divisão espanhola): 17.7 PtsPJ | 8.0 RebPJ | 3.8 AstPJ | 2.9 StocksPJ | 41.2% AQ | 24.6% 3PT | 52.5% LL
ANGT U18: 9.2 PtsPJ | 4.2 RebPJ | 1.8 AstPJ | 2.0 StocksPJ | 41.9% AQ | 25.0% 3PT | 80.0% LL
Qualquer questão sobre a eficiência no chute de Mathias foi superada após os camps de pós-temporada. No Adidas Eurocamp, o brasileiro chutou pra 57.1% de longe, com 83.3% dos lances livres e 75.0% de quadra. Já no NBAPA Top 100, matou 41.7% de três, 82.4% da linha e 52.0% de tudo que tentou. Com tal evolução apresentada nos grandes palcos, Mathias conquistou também o interesse de Kansas; Arkansas; Ole Miss; Indiana e Louisville.
Na Overtime Elite, Mathias se junta a Taylen Kinney (17º no ranking da ESPN) pelo RWE e é projetado como um dos pilares do time para a temporada 2025–26. O brasileiro estará imerso no basquete de formação estadunidense, com promessa de integração entre a OTE e os projetos universitários que buscarem Mathias.
[ENTREVISTA]
Por que a Overtime Elite?
“Acho que a Overtime Elite tem uma estrutura muito boa, com as quadras uma perto da outra; o ginásio principal; a visibilidade… Então, eu acredito que ali é o melhor lugar que eu poderia escolher! Os “coaches” estão lá toda hora para você treinar, e eu gosto muito de treinar e melhorar, então quando eu tenho essas facilidades, de treinar sem limites, eu acho espetacular e por isso eu escolhi a Overtime Elite.”
Como foi estar no Adidas Eurocamp e no NBAPA Top 100?
“Foi muito boa essa experiência de estar com os melhores, e eu poder me provar que consigo estar entre eles e me sobressair mesmo entre eles. Então, eu fiquei muito feliz! Tanto no Eurocamp, que é um camp muito famoso na Europa, especialista para o Draft, então joguei contra todas as idades. Fui um dos mais novos e consegui competir, estando entre eles sem nenhuma diferença. Fico feliz com isso, porque é um jeito de ver que o trabalho está dando certo. Sobre o Top 100, foi minha primeira vez jogando no basquete americano. O jogo é diferente, mais corrido, o contato é maior… Mas, depois dos primeiros jogos, eu consegui entrar no ritmo e me sai muito bem dentro do possível, porque, querendo ou não, não é um jogo que estou acostumado e que encaixa tanto assim comigo, já que gosto de pensar e entender o jogo. Ali era mais correria e cada um por si, mas ainda assim, consegui me encaixar com o tempo e gostei bastante da experiência.”
Quais foram as primeiras impressões nas visitas aos Colleges?
“É surreal, tudo é surreal! Acredito que todas as grandes universidades são assim, mas Texas e Michigan me impressionaram bastante. Tudo é muito fácil: a estrutura; a quadra que é 24h; tem sempre alguém para pegar rebote para você; música no ginásio; academia muito boa; dormitório perto da quadra; comida boa… Então, é muito fácil treinar ali. É muito fácil ser bom ali!”
No que você pensa com essa ida aos Estados Unidos?
“Eu sempre tento ultrapassar os tetos. Eu não tenho um objetivo específico, mas quero chegar lá e ser quem sou, fazer o meu jogo. Conforme isso acontece, e eu vou melhorando, eu acho que posso subir de ranking e ser projetado mais para cima no Draft. Tenho dois anos para isso e acredito que estou num caminho muito bom!”
Por que sair da Espanha?
“Acredito que ultrapassei os limites, o nível de Liga EBA (Tercera FEB). Fiz bons números, boas atuações, acabei superando, e infelizmente não consegui jogar com o adulto por questões de passaporte. Treinei todos os dias com eles, e os outros adultos falavam que eu conseguiria jogar ali fácil, estar no time sem desfalcar em nada e eu queria muito jogar. Mas infelizmente, por conta do passaporte, eu não consegui subir para esse nível. No próximo ano, eu continuaria sem passaporte, e acho que tenho que ser reconhecido pelo meu basquete, pelo que faço no basquete, e não pela cor do meu passaporte. Se estou jogando muito bem, eu não posso ficar ali parado por questões burocráticas. Esse é o maior problema!”
E a Seleção 2008 que começa o ciclo ainda esse ano?
“É uma Seleção que espero há muito tempo mesmo, desde os catorze anos penso no meu ciclo! Joguei a 2007 e a 2006, mas a 2008 ainda não. Na Seleção 2006, joguei a Copa América e consegui me destacar ali, então espero muita coisa da nossa Seleção! Acredito muito na gente. É uma geração alta, com talento e acredito que posso levar esse time o mais longe possível. Sonho em ganhar uma Copa América, estar muito alto em um Mundial e eu acredito mesmo nisso!”
Onde você quer estar em cinco anos?
“Espero estar na NBA, mas com protagonismo maior. Com mais bola na mão, mais oportunidades! Vou estar com 22 anos, então acredito que possa estar muito bem na NBA. Não quero só chegar lá, quero me manter lá em um nível muito alto e sempre melhorando. Esse é meu objetivo!”
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